domingo, 23 de junho de 2013

Desse tempo todo

Enquanto eu caminho pensando o errado o certo fica pra trás e atrasado. E quem disse que um problema não transforma todo resto em angustio, espera e carência? Eu tenho a paciência dentro de mim, mas a espera me confronta e me faz mexer os pés sem parar, rabiscar tristezas no papel, olhar o fogo faiscar sem ver sentido nisso tudo. 

sábado, 15 de junho de 2013

Sempre querendo mais

Andando na rotina sinto o cheiro familiar, ando pelo caminho de sempre. Rotina chata essa que fazem meus pés saberem os caminhos antes mesmo da mente pensar onde dobrar. Rumando pro novo sinto este cheiro anormal. Ansiedade, aventura, surpresas. Pé fora de casa e o que vai acontecer? Em duas horas tudo pode mudar. De volta à rotina antiga sinto aquele cheiro e traço aquele caminho. Oras, isso não é mais chato. Também não é mais rotina. Agora tudo isso virou saudade, é nostalgia. 

domingo, 20 de janeiro de 2013

Um domingo de saudade


Hoje eu peguei um caminho diferente quando voltei pra casa. Percebi que tenho saudade daquele cenário. Ouvi a chuva cair a pouquinho ali no pátio. Percebi que tenho saudade de março passado. Pensei em escrever alguma bobagem sobre a chuva. Percebi que tenho saudade de escrever.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Pé na estrada


To me sentindo perdida e confusa. Parece que peguei uma estrada cheia de curvas e buracos que deixou minha cabeça girando e que me fez perder a direção. Não, não me sinto triste nem angustiada, apenas sem rumo. Mas, sabe, to sentindo que esse é o caminho certo, que o meu mapa interno só tentou me enganar pra eu achar que não ia pra lugar nenhum, mas na verdade to chegando no meu destino.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Quinta-feira


Quero falar do meu dia. Fechei toda a casa, menos uma janela. Minha cadelinha lindinha fofinha e fedorentinha tá olhando por ela. Fiquei com pena de cortar a visão, ela parece tão concentrada olhando e olhando e olhando. Fiz mais um bolo hoje, falar de bolos tá virando rotina por aqui, mas é que eu tenho feito vários. É bom, sabe. Bom pra mente, igual lavar a louça depois de fazer o bolo. Mas tem que ter música, hoje foi Frank Sinatra. Descobri que fazer bolo e lavar louça combina com o Frank, dançando por toda a cozinha e derramando coisas pelo chão. Vinho também combina. Vinho, louça e bolo (fazer o bolo, não comer o bolo tomando vinho, nega maluca combina com coca-cola, na verdade). Ah, dormir no sofá ao som do vale a pena ver de novo também é legal. Bom, hora de fechar a janela e pedir desculpas pra Bel. 

sábado, 15 de setembro de 2012

É sábado de nostalgia


A chuva tá caindo nessa madrugada. Clima pra deitar a cabeça no travesseiro, deixar o cobertor cair por cima e entrar na onda do sono. É noite de tempestade, é sábado de nostalgia. Me agrada quando a chuva cai bem forte e os trovões ecoam pela rua, mas me sinto vazia quando ela dá uma trégua e deixa o silêncio cair na casa vazia. Olho pra TV que está no mudo e tento decifrar o que está acontecendo no filme, tem um anão fumando um charuto. Bizarro o filme, bizarro o dia e bizarra a madrugada. Sabe, minhas palavras estão presas, nem eu mesmo sei o que quero dizer, na verdade eu nem sei o que to sentindo. Fiz um bolo na tarde pra não pensar nisso, mas agora a chuva me fez lembrar que tenho que pensar, que tenho que descobrir. O atordoamento não me larga, as lágrimas estão prontas pra cair. Mas não caem. Deixo a chuva fingir que são elas na rua, molhando o mundo, e deixando o céu se abrir mais uma vez.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

E se?


E quando falta o que escrever e tudo que mais se quer é expressar? E quando tudo que mais se quer é cantar e a única música que toca é a que ninguém conhece a letra? E quando dançar é a maior alegria, mas os pés já não permitem tal ato? O que se faz quando se sente tudo perdido, quando o rumo não é certo, quando a vontade de levantar nos falta e o brilho nos olhos é algo que parece tão distante? Então a gente fala chega. Chega pra tudo. Chega pra birra, chega para “e se?”, chega pra falta de vida. Chega pra falta de paz.