terça-feira, 23 de outubro de 2012

Pé na estrada


To me sentindo perdida e confusa. Parece que peguei uma estrada cheia de curvas e buracos que deixou minha cabeça girando e que me fez perder a direção. Não, não me sinto triste nem angustiada, apenas sem rumo. Mas, sabe, to sentindo que esse é o caminho certo, que o meu mapa interno só tentou me enganar pra eu achar que não ia pra lugar nenhum, mas na verdade to chegando no meu destino.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Quinta-feira


Quero falar do meu dia. Fechei toda a casa, menos uma janela. Minha cadelinha lindinha fofinha e fedorentinha tá olhando por ela. Fiquei com pena de cortar a visão, ela parece tão concentrada olhando e olhando e olhando. Fiz mais um bolo hoje, falar de bolos tá virando rotina por aqui, mas é que eu tenho feito vários. É bom, sabe. Bom pra mente, igual lavar a louça depois de fazer o bolo. Mas tem que ter música, hoje foi Frank Sinatra. Descobri que fazer bolo e lavar louça combina com o Frank, dançando por toda a cozinha e derramando coisas pelo chão. Vinho também combina. Vinho, louça e bolo (fazer o bolo, não comer o bolo tomando vinho, nega maluca combina com coca-cola, na verdade). Ah, dormir no sofá ao som do vale a pena ver de novo também é legal. Bom, hora de fechar a janela e pedir desculpas pra Bel. 

sábado, 15 de setembro de 2012

É sábado de nostalgia


A chuva tá caindo nessa madrugada. Clima pra deitar a cabeça no travesseiro, deixar o cobertor cair por cima e entrar na onda do sono. É noite de tempestade, é sábado de nostalgia. Me agrada quando a chuva cai bem forte e os trovões ecoam pela rua, mas me sinto vazia quando ela dá uma trégua e deixa o silêncio cair na casa vazia. Olho pra TV que está no mudo e tento decifrar o que está acontecendo no filme, tem um anão fumando um charuto. Bizarro o filme, bizarro o dia e bizarra a madrugada. Sabe, minhas palavras estão presas, nem eu mesmo sei o que quero dizer, na verdade eu nem sei o que to sentindo. Fiz um bolo na tarde pra não pensar nisso, mas agora a chuva me fez lembrar que tenho que pensar, que tenho que descobrir. O atordoamento não me larga, as lágrimas estão prontas pra cair. Mas não caem. Deixo a chuva fingir que são elas na rua, molhando o mundo, e deixando o céu se abrir mais uma vez.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

E se?


E quando falta o que escrever e tudo que mais se quer é expressar? E quando tudo que mais se quer é cantar e a única música que toca é a que ninguém conhece a letra? E quando dançar é a maior alegria, mas os pés já não permitem tal ato? O que se faz quando se sente tudo perdido, quando o rumo não é certo, quando a vontade de levantar nos falta e o brilho nos olhos é algo que parece tão distante? Então a gente fala chega. Chega pra tudo. Chega pra birra, chega para “e se?”, chega pra falta de vida. Chega pra falta de paz. 

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Bolo de laranja


Acordei cedo. Cedo pra quem acorda muito tarde, claro. Me aconcheguei no sol com um chimarrão e umas três fatias de bolo de laranja. Esse eu não fiz, era de caixinha. Mas queria poder te oferecer. O bolo, o sol e a minha companhia, que gosta tanto da tua.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Ando, indo.


To levando, to respirando,  to tentando, to andando... Ando, ando e ando! A pé, de carro, de camionete ou de bicicleta. Com o meu cachorro, mas não com o meu gato (não tenho um gato). To olhando, esperando, sentindo, indo, indo e indo.  To te esperando. 

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Sonho


Ela veio devagar, como quem não quer nada, só um pouquinho de conversa. Contou que tinha sonhado com ele, na beira da porta, observando ela com aquele risinho de moleque que acabou de aprontar. Cabelos bem loiros quase caídos nos olhos, nos seus vinte e poucos anos de idade, época em que se conheceram. Ele simplesmente estava lá parado, com o olhar apaixonado que tinha por ela naqueles tempos. A saudade ecoava na voz dela enquanto contava o sonho, os olhos se segurando pra não se encherem de lágrimas e angústias por não o ter mais lá. Aquilo me matou, mas minha única reação foi fingir ignorar e sair dali. 

terça-feira, 29 de maio de 2012

Saindo do tumulto


A menina passou a tarde na rua. O sol brilhava fraquinho quando começou a andar pelo pátio de casa e respirar aquele vento tão refrescante. Se fechou pela tarde toda nela mesma, com pausas para olhar o céu. Quando já não havia muita luz no pátio ela resolveu entrar na casa, que ainda se encontrava aberta. Parou e ficou olhando a rua que já estava completamente escura, sentindo o friozinho que entrava pela janela. Era hora de fechar a casa. Apreciou mais um pouco a companhia da escuridão e do silêncio. Apenas um abajur foi ligado, a luz vinda dele anunciou que era hora de voltar pro tumulto da vida.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Repito até perder.


Repito a palavra mentalmente cinco vezes: Medo, medo, medo, medo, medo. Agora a repito em voz alta seis vezes: Medo, medo, medo, medo, medo, medo. Já não faz mais sentido, parecem apenas letras que não formam mais nada. E, sabe, pensando bem, medo poderia ser coragem, como coragem poderia ser medo... E mesa ser cadeira e a cadeira ser a mesa. 

Sentei na mesa e me apoiei na cadeira, senti coragem e desisti de ter medo. 

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Faz logo


Escreve! O que? Escuta! Escreve o que? Olha! Escuta o que? Sente! Oh, olha o que? Cheira! Espera aí, sente o que? Sonha! Cheirar o que? Faz logo tudo! Sonhar com o que? E fazer...?  Não pergunta! Não te atrasa com o que já foi. Só escreve, escuta, olha, sente, cheira, sonha... Só faz... Só vive!

quarta-feira, 25 de abril de 2012

A noite


Abri a porta pra ver se pegava um ar. O céu está limpo, não há vento, não há medo. A noite está linda. Coloquei meias bem grossas, pantufas, o casaco mais aconchegante que tenho e peguei minha vontade de frio pra dar uma volta pelo pátio. Continuei andando por lá, escutando nada mais do que a escuridão. Me sinto bem, mas ainda falta algo pra me aquecer, algo que sei que logo chegará. Enfim, a noite está calma. Eu estou calma.

terça-feira, 10 de abril de 2012

Deixa ser


Respira, pensa, e chora! Vai meu amigo, vai meu querido. O dia e a noite vão te acolher, nem tudo é escuridão, sempre há praia e por do sol, logo ali, é só andar um pouco. Deixa o vento te trazer o frescor, não a poeira nos olhos. Deixa brilhar um sorriso, amigo. A felicidade sempre chega.

segunda-feira, 26 de março de 2012

Aconchego


Viro a cabeça pra lá. Viro a cabeça pra cá. Tudo embaralhando, misturando, remexendo e criando uma doce (quem sabe amarga) mistura. Mas o frio vem vindo, leve, permitindo pantufas e cobertores que me levam ao aconchego da vida.

sábado, 24 de março de 2012

24 horas.


Não quero sair do meu cobertor. Não quero sair pro mundo. Quero ficar enterrada no meu travesseiro o dia e a noite inteira, mesmo que deitada a angustia ainda me tome. Eu quero 24 horas assim. Pode ser que as coisas se resolvam nesse tempo, mas é provável que não. Bom, pelo menos depois vou estar descansada pra voltar pro desgaste que é enfrentar a mim mesma.

domingo, 4 de março de 2012

Outro dia


Estranhamente ligados e separados, andam pelas ruas escuras da cidade. Risada e papo bom. É um tudo e um nada, sincero pelo menos. Assim andam, assim ficam e assim ficarão. Mas nada é ruim, é amizade. É bom, faz bem, faz rir e sorrir.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Oi, tchau


Um oi aqui, outra lá, olhadinha, beijinho, tchau, alô, abraço, risada, aperto de mão. É disso que a gente vive. De contato. De pessoas.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Um tempo que passou

Lembra de quando a gente se conheceu? Nos dávamos tão bem... Parecia coisa de outro mundo, na verdade. Nunca tinha me sentido daquele jeito. E lembra que a gente teve que ficar um tempo longe? Eu tinha que ir. Mas ia voltar. Dissemos um até logo e logo depois o medo me consumiu. E se quando eu voltasse tudo fosse diferente? Essa idéia me matava.

Mas enquanto eu estava fora, você me passou uma segurança inacreditável, como pode. Nunca senti tanta segurança.

Eu voltei. E a saudade batia cada vez mais forte. Então nos encontramos. Que dia! Melhor, que dias! Conto os que vieram depois e os que acontecem até agora. Gosto tanto de ti.